Aquela foto amarelou. Era mais uma pobre lembrança esboçada em papel de baixa qualidade, severa; mas sem o ímpeto dos guerreiros gregos, com suas musas e seus soldados bravios, soltos no mar de sangue e arte. Era apenas uma singela foto do dia. Aliás, o dia tem tido meras relevâncias desde que o pássaro se foi. E metalinguístico dizer que eu não verbeio mais como antes, nem ao menos substantivo as coisas com a mesma força indireta? Parece-me muito mais catártico. Enobreço empobrecendo as palavras num vórtex de polém que sentimos um dia desses - "margaridas ou damas da noite" - não importa. Era o doce ao ar, eram damas mas não messalinas e o meu corpo desatinava num querer, além das eternas vias perdidas no canto da ave. Seu cheiro, o que não sai das narinas, é muito melhor e mais sutil: tem a leveza que espero, tem os dias contados na palma da mão e no andar da carruagem. Essa, é uma épica tragédia em três atos simples, mas que nunca serão desvendados por aqueles que não sabem o que é amar e ser amado. Essa epopeia é a vida, e de que vale esta sem amor? Ele une as coisas ao redor da mesa, do mar, do céu, de nós... E lá longe vai novamente a ave. E se você não fotografou, amarelou a tarde praieira no planalto central.
Acho lindo o seu cuidado com os detalhes e a forma como você faz aparecer a beleza das coisas simples.
ResponderExcluirele obriga nosso cerebro a criar
ResponderExcluireu leio e imagino casa linha
e cada frase!!!!é divino!!!!!
Sinto arrepios com a profundeza dos sentimentos transmitidos nesse texto. Verossimilhança invejável por qualquer entidade, mortal ou não.
ResponderExcluir*-*
ResponderExcluirO seu poder de criar situações e nos inserir nelas, faz a alma se aproximar do corpo a cada palavra. Amor, arte e brasilia, vc faz muito com poucas palavras.
ResponderExcluir*_______*
ResponderExcluirQuee Lindo !!!
=D