E então, de solidão absurda fez-se aquela parada molhada e fria, enquanto o céu chorava o que eu já não precisava mais chorar. E parecia estar predestinado a dar tudo errado quando nem de ti eu me despedi, saindo sem poder dizer o quanto eu te amava em poucas palavras. O meu patamar atual era de esquecimento; este era um dos maiores troféus que eu havia recebido esta noite, fora as suas palavras de sinceras desculpas e de amor. Ao menos as palavras engasgadas foram arrancadas e, os olhos que marejavam, após as ondas, tornar-se-ão tempestade. Enfim, sem condução meus pés andaram, e eu andei até longe; enquanto aquela água lava-almas me tornava ainda mais diminuto. Tive medo, tive medos, tive mais entre os dedos; tive menos. Lembrei do teu semblante infantil a me encantar; lembrei do seu olhar a penetrar e limpar tudo dentro de mim. Enquanto a chuva caía, eu deglutia palavras em branco, versos alheios, e memórias intactas. Enquanto eu esperei na parada distante tu eras a voz no outro a me acalentar. E deveras, sabia o que falar. E o tempo, este, não passava. E a água-mãe não calava. Maturamos o amor, semeamos o que já se decidia nas entrelinhas: Este, mesmo que a chuva desabe tetos, não passará. Este mora dentro dos nossos peitos, nos corações-casas, seguro como poros, como aquilo que desejamos ter a cada estação. Terei-te para sempre, por que somos únicos.
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ResponderExcluirPerfeito! (e nostálgico :])
Você sabe como descrever certos momentos que são comuns, mas complexos, principalmente quando você reflete sobre o que eles significam.
AH,amo seus textos.
Smplismente,adorei este texto.
ResponderExcluirsão coisas simples, que significam muito.
sentir uma certa melancolia no ar.
bom texto
Não acho tudo tão simples; quando juntas, a complexidade das coisas simples pode se tornar um turbilhão. Realmente adoro o jeito que vc lida com os assuntos, a maneira que vc dispõe-nos pra serem devorados pelos leitores :3
ResponderExcluir"Devora-me" Rawr