terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Barello, Extra.

É delicado dizer que sim
quando as faces rubram ao simples aceno,
Gestos obscenos, antíteses do ser que casto, 
Por vezes fora a Virgem, por vez, Virginiano.
É singelo envolver-se num balaústre,
Esconder-se nas entrelinhas da escada-cão
da vida, da casa, da semana:
Que não passa, não volta - envolta a trapos do que fomos.
É ilegal usar drogas ilegais,
Mas é possível me entorpecer todos os dias e minutos
com seu cheiro e sua lembrança,
E com sorte, ter overdose do nosso sexo.
É indelicado molhar cabelos lavados,
Mas nem sempre existe continuação para a compreensão humana das coisas.
As vezes devemos apenas voar,
Sair sem rumo,
Como palavras perdidas em quartos escuros,
Entre as árvores ante-lago, pedindo mais,
Pedindo gritos, luxúria,
E recebendo o amor em todas as suas formas.

É certo que o certo não existe,
Mas é possível 
somente pra que enxerga as coisas à sua frente,
Como o vinho ressecado no tênis,
Ou a marca marcada na pele 
e no coração acorrentado. 
 

Um comentário:

  1. Lindo. Não tenho como descrever melhor neste minuto...

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